Por muito que goste do que escreve
Em minha opinião, uma mente sã não atinge a velhice- o ocaso da vida- antes dos 90 anos.
O meu pai faleceu com 91 anos, e eu nunca o vi velho. Uma pessoa que se interessa por tudo o que a rodeia, segue atentamente o evoluir da ciência e da tecnologia, lê jornais e ouve com toda a atenção os noticiários para se manter a par do que vai pelo seu país e pelo mundo…não é velha!
Ocorre, sim, desgaste físico. O nosso corpo é uma máquina, e, como tal, sujeita a deterioração.
Há, no entanto, quem pretenda retardá-la.
Li há tempos, numa revista, que uma jovem de 33 anos, Iolanda, já se submeteu a 16 cirurgias plásticas. Em oito anos gastou perto de 22 mil euros - a notícia reporta-se a Agosto ou Setembro de 2007 - , e diz que é para continuar. Estava nos seus planos fazer uma correcção ao nariz em Dezembro, porque “ainda não está no ponto”! Isto, apesar de “fazer virar as cabeças na rua”, como ela própria comenta.
A ter-se concretizado, eleva-se para 17 o número de cirurgias.
Para poder atingir o que ela considera a perfeição “coíbe-se de ter férias, aperta o cinto, anda num carro a cair aos bocados” - tudo isto com o apoio do marido e demais familiares.
Não me compete criticá-la, nem vou fazê-lo. É uma opção de vida. Por certo é assim que se sente bem. E cada um de nós tem o dever, para além do direito, de ser feliz. Que cada um o seja à sua maneira, desde que respeite o próximo.
Mas uma coisa não posso deixar de dizer:
Iolanda está a apostar forte (alguns milhares de euros) num equipamento de validade muito curta. Dentro de alguns anos estará bastante desvalorizado.
A verdadeira elegância, é genética. Ou se nasce com ela, ou não.
Estou a lembrar-me de Sofia Loren, uma mulher que sempre teve uma postura e elegância notáveis. Hoje, com mais de setenta anos, continua a apresentar-se como sempre: alta, imponente, sensual. E magra.
Há uns anos, entrevistada na televisão, tendo lhe sido perguntado qual o segredo para manter-se sempre jovem, respondeu, com humor:
1- Manter uma boa postura
2- Não fazer ruídos de velha:
- Nada de queixas
- Não grunhir
- Não tossir
- Não bufar
- Não falar sozinha
- Não soltar gases
Considero muito importante cuidar do corpo, quer fazendo ginástica / exercício, quer procurando ter uma alimentação correcta.
Não se trata apenas da questão do aspecto físico, mas também, e primeiro que tudo, de uma questão de saúde.
Iolanda, ao que parece, apenas se preocupa com o aspecto físico. Imagino os problemas de saúde que poderá vir a ter com o passar dos anos. Contrariar a natureza é um risco que se corre, que nem sempre dá bons frutos.
Michael Jackson, que se sujeitou a tantas cirurgias plásticas, parece estar já a sofrer as consequências.
O que se pretende, na maioria das vezes, é evitar o envelhecimento, que é inevitável, conservando a beleza, que é efémera
“Eles” não sabem o que é a verdadeira beleza.
Uma próspera empresa de produtos de beleza pediu aos habitantes de uma grande cidade que enviassem fotografias, acompanhada de breve carta explicativa, das mulheres mais belas que eles conheciam.
Em poucas semanas milhares de cartas foram enviadas à empresa.
Uma carta, em particular, chamou a atenção dos funcionários, e foi levada ao presidente da empresa.
A carta era escrita por um menino que fora criado num lar com problemas, em algum bairro de extrema pobreza.
" Na minha rua mora uma mulher bonita. Eu vou a casa dela todos os dias. Ela faz-me sentir o menino mais importante do mundo. Jogamos às damas e ela ouve os meus problemas. Ela entende-me, e quando vou embora, diz sempre, bem alto, que sente orgulho de mim."
O menino terminava a carta dizendo:
"Esta fotografia mostra que ela é a mulher mais bonita do mundo. Espero ter uma esposa tão bonita como ela."
Intrigado com a carta, o presidente pediu para ver a fotografia da mulher.
A secretária entregou-lhe a foto de uma mulher sorridente, sem nenhum dente na boca, de idade avançada, sentada em uma cadeira de rodas.
O cabelo grisalho, ralo, estava preso num rolo, na nuca, e as rugas que marcavam o seu rosto, eram suavizadas pelo briho que vinha dos seus olhos.
- Não podemos usar a fotografia dessa mulher - explicou o presidente, sorrindo.
- Ela mostraria ao mundo que nossos produtos não são necessários para uma mulher ser bela.
Desconheço a autoria.
Mas conheço a autora do belíssimo poema “Irreparável”.
É Silvana Duboc, e o poema termina assim:
Ficaram as rugas no rosto e na alma, mas também ficaram sorrisos em ambos.
Minhas rugas mais bonitas
são aquelas marcas de expressão
que eu adquiri por tanto sorrir,
muitas vezes, quando o coração chorava.
Seja feliz com ou sem rugas, mas seja feliz. Sempre.
GÉNIOS EM GESTAÇÃO
Por considerar esta descoberta absolutamente brilhante, resolvi divulgá-la.
E porque tive uma certa dificuldade em interpretar o manuscrito, transcrevi as partes de texto.
TEORIA DO GATO FLUTUANTE
Soma de 2 teorias que resulta em uma nova teoria que irá revolucionar o MUNDO !
TEORIA Nº.1 – Teoria do gato
Já dizia Murphy que sempre que jogar um gato para cima, ele nunca cai de costas, sempre de pé
TEORIA N.2 – Teoria da bolacha
Já dizia Murphy que toda bolacha, com manteiga, jogada para cima, ela vai cair no chão, com o lado da manteiga para BAIXO
SOMA DAS 2 TEORIAS -» Nº.1 + Nº.2 = TEORIA Nº.3
= TEORIA DO GATO FLUTUANTE
NOSSA TEORIA : Soma as duas teorias, resultando em uma nova:
Pega o gato, passe manteiga em suas costas e jogue para cima. Pela 1ª.lei, ele não pode cair de costas, e pela 2ª.lei ele tem que cair do lado da manteiga para baixo, ou seja, as duas forças se anulam e ele FLUTUARÁ !!
Eis o original, manuscrito.
Deixem-me apresentar-vos o poeta moçambicano Juvenal Bucuane, com o seu poema «Húmus de Amanhã»
Humus de Amanhã
Não quero que vejas
nem sintas
a dor que me amargura;
Não quero que vejas
nem vertas
as lágrimas do meu pranto.
Deixa que eu chore
as mágoas e as desilusões;
deixa que eu deambule;
deixa que eu pise
a calidez do chão desta terra
e o regue até com o meu suor;
deixa que me toste
sob este sol inóspito
que me dardeja o lombo sempre arqueado...
Este penar
é o resgate da esperança
que em ti alço!
Este penar
é a certeza do amanhã que vislumbro
na tua ainda incipiente idade!
Não quero que vejas
nem sintas
meu tormento
ele é o húmus do Homem Novo.
O CHEIRO DE ÁFRICA
O meu olhar vagueia pela lonjura da planície.
Rodo, olhando
Giro de novo. A paisagem mantém-se inalterável. Numa extensão de quilómetros estou rodeada de mato. Salpicado, aqui e ali, de árvores de pequeno porte. São poucas, as árvores, e de aspecto raquítico.
A casa, ao estilo bem colonial, tem um alpendre de um dos lados, a todo o comprimento.
Aí se encontram uns cadeirões de braços, em madeira, com almofadas gastas pelo tempo, desbotadas pelo sol, com um ou outro rasgão, como que a dizer: terminou o nosso prazo de validade.
Não primam pela macieza, as almofadas, mas tornam os cadeirões um pouco menos desconfortáveis.
Herdei-as, como tudo o resto, dos antigos moradores.
Detenho-me um momento a pensar – precisam de ser substituídas.
Encosto-me ao varandim, e aspiro o ar fresco da manhã.
Que paz. Que tranquilidade !
E que cheiro! Sobretudo o cheiro…
(Em nenhum lugar do mundo se pode sentir o cheiro de África. É o que melhor retenho na memória. Por vezes ainda consigo senti-lo).
Quem já cheirou África nunca mais esquece.
O sol começa a levantar-se no horizonte. A temperatura depressa subirá; o calor vai apertar.
Mas a casa mantém-se fresca. Já se ouvem os rumores dos criados preparando a mesa para o mata-bicho.
Aqui as mulheres não trabalham para os “brancos”. Mantêm-se nas suas palhotas, cuidam dos filhos, tratam da machamba, vendem no mercado os produtos que cultivam.
Só os homens vêm para nossas casas, por vezes com dormida incluída, visitando a família aos fins de semana. Executam todo o trabalho doméstico, como cozinhar, tratar das roupas, limpar…
À senhora da casa compete ensinar, orientar, fiscalizar… Os tempos de lazer ocupa-os com o que lhe dá prazer – cuidar dos filhos, se os tem, ler, ouvir música…tudo o que possa contribuir para afastar a sensação de isolamento em que vive.
O isolamento, por vezes, custa a suportar, prega as suas partidas.
A alguns quilómetros daqui há um pequeno destacamento, cujo “responsável” é substituído de duas em duas semanas.
Um desses jovens é particularmente sensível à solidão que o oprime. Quando se sente sufocar, sobe a um morro ali existente, e grita a plenos pulmões tudo o que lhe vem à cabeça. Em resposta ouve o eco das suas próprias palavras. E sente-se reconfortado…
Foi a forma que encontrou para aguentar o tempo de espera até ser substituído.
Começo a sentir o perfume do café acabadinho de fazer. Não consigo habituar-me ao tradicional mata-bicho de África – uma refeição de garfo, completíssima. Mantenho-me fiel ao café com leite (em pó – não há outro), e as torradas com manteiga (em lata, importada da África do Sul).
Mais um dia se passou. À noite sentamo-nos no alpendre, nos cadeirões com almofadas rasgadas – precisam mesmo ser substituídas…
Assim nos protegemos do cacimbo que sempre aparece pela noite.
À nossa volta tudo é silêncio, escuridão, tranquilidade.
Mas não estamos tranquilos.
Sabemos que essa paz não reinará para sempre. Na realidade tem apenas dois ou três meses de vida…
Sabemos que estamos a viver sobre um barril de pólvora.
Este é o primeiro de uns quantos apontamentos que aqui apresentaremos, subordinados ao mesmo tema.
Não seguem qualquer ordem cronológica. Não estarão situados no tempo, nem no espaço.
O tempo é relativo. E as memórias afluem sem hora marcada.
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